Samba: Do Popular ao Nacional
Em fevereiro de 2007 comemoraram-se os noventa anos da gravação de "Pelo Telefone". Registrada por Ernesto dos Santos, o Donga, a música "Pelo Telefone” acabou se tornando o marco oficial do surgimento do mais importante gênero musical do país.
O samba nasceu popular. Popular e proibido. Ai de quem fosse pego andando pelas ruas com um pandeiro ou violão. Que o diga o percussionista João da Baiana...
As raízes do samba se confundem com as raízes da música popular brasileira. O gênero bebeu e tem influência de ritmos e estilos musicais do séc. XIX como a modinha, o lundu e o maxixe, e da umbigada e do jongo trazidos pelos negros da mãe África.
Foi nos casarões das Tias Baianas, na periferia do Rio de Janeiro dos anos mil e novecentos, que o samba começou a engatinhar. Esses sobrados funcionavam como importantes centros culturais. Há relatos de festas que duravam dias, principalmente na casa de Tia Ciáta, a mais famosa delas. Enquanto se tocava choro (ritmo bem quisto pela Burguesia carioca) na sala principal, na cozinha a batucada rolava solta.
Na década de 30, com a criação das tradicionais escolas de samba cariocas, o aparecimento do primeiro veículo de comunicação de massa do país, o rádio, e o novo projeto para o Estado Brasileiro implantado por Getúlio Vargas - que visava valorizar a cultura popular, o mestiço e a brasilidade - “o nosso samba, humilde samba foi de conquistas em conquistas”, de manifestação popular, restrita ao mundo dos negros e da população periférica, se tornou símbolo da Cultura e Identidade Nacional.
Infelizmente, a não ser durante o carnaval, o samba não ocupa espaço significativo na grande mídia. Mas ainda há esperança, cada vez mais, grupos, músicos, bares e casas noturnas, abrem espaço para o samba, e com otimismo, um novo capítulo vem sendo escrito na história do gênero.
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