CULTURARTE

Este é um espaço virtual dedicado a discussões sobre manifestações artísticas e cultura em geral. De início serão postados textos, notícias, notas, contos que escrevi há algum tempo. Nas próximas semanas serão postados outros textos com discussões comtemporâneas. Comentem!!!! Espero que gostem. Abraço Saulo

domingo, maio 27, 2007

Intertextualidades Nogueirianas


Não sou dado e nem aprovo esses tipos de postagens, mas já que a criatividade não me é muita no momento, solicito uma licensa poética ao velho João Nogueira, que REFLETE, no refrão um pouco dos meus sentimentos, na letra da música:

ESPELHO

Nascido no subúrbio nos melhores dias
Com votos da família de vida feliz
Andar e pilotar um pássaro de aço
Sonhava ao fim do dia ao me descer cansaço
Com as fardas mais bonitas desse meu país
O pai de anel no dedo e dedo na viola
Sorria e parecia mesmo ser feliz

Eh, vida boa
Quanto tempo faz
Que felicidade!
E que vontade de tocar viola de verdade
E de fazer canções como as que fez meu pai

Num dia de tristeza me faltou o velho
E falta lhe confesso que ainda hoje faz
E me abracei na bola e pensei ser um dia
Um craque da pelota ao me tornar rapaz
Um dia chutei mal e machuquei o dedo
E sem ter mais o velho pra tirar o medo
Foi mais uma vontade que ficou pra trás

Eh, vida à toa
Vai no tempo vai
E eu sem ter maldade
Na inocência de criança de tão pouca idade
Troquei de mal com Deus por me levar meu pai

E assim crescendo eu fui me criando sozinho
Aprendendo na rua, na escola e no lar
Um dia eu me tornei o bambambã da esquina
Em toda brincadeira, em briga, em namorar
Até que um dia eu tive que largar o estudo
E trabalhar na rua sustentando tudo
Assim sem perceber eu era adulto já

Eh, vida voa
Vai no tempo, vai
Ai, mas que saudade
Mas eu sei que lá no céu o velho tem vaidade
E orgulho de seu filho ser igual seu pai

Pois me beijaram a boca e me tornei poeta
Mas tão habituado com o adverso
Eu temo se um dia me machuca o verso
E o meu medo maior é o espelho se quebrar

Obs: Como não pensei em escrever uma poesia como essa?

sexta-feira, maio 11, 2007

Acidentes e Curiosidades

Carro e bicicleta se chocaram na avenida P.H. Rolfs, ontem por volta das 18 horas. Felizmente não houve feridos. De acordo com transeuntes que estavam no local, a culpa foi da bicicleta.
Mas também pudera. Com uma bicicleta naquele estado, não podem culpar o motorista do carro, e nem o ciclista pelo o acontecido.
Era da cor prata, já desbotada pelo tempo. Percebe-se que foi deixada a relento por várias chuvas e muito sol. Este desleixo prejudicou também outras partes da “magrela”.
Os pneus, já sem pêlos, facilitaram a derrapagem pela superfície um tanto lisa do asfalto. Derrapagem esta que nem mesmo o freio dianteiro funcionava, mesmo que mal. As borrachas estavam carcomidas.
O quadro, apesar de aerodinâmico, estava enferrujado, assim como quase todo o corpo da bicicleta. O guidom, alto. Tão difícil de segurar quanto o chifre de um touro de rodeio. O banco por sua vez estava baixo (esta contradição de banco baixo e guidom alto não é muito bem vista pelos ciclistas profissionais), e sem couro nenhum. Era só espuma sintética e amarelada, suja e encardida.
O estado da corrente não era diferente dos restos da pobre coitada. Nota-se uma dificuldade de mantê-las em seu devido lugar (o que faz pensar que o lugar correto onde as correntes das bicicletas ficam não é a catraca). Dos pedais não é preciso falas, não existam.
Portanto, a culpada foi a Dona Bicicleta.