Adaptações: Livro X Cinema
Com a estréia de "Código Da Vinci" nas salas de cinema de todo Mundo, e a posterior avalanche de críticas de especialistas e do público, vem a tona uma questão muito importante: a qualidade das adaptações cinematográficas baseadas na literatura.
Literatura e cinema possuem características bastante diferentes. A primeira, além de proporcionar o enriquecimento do vocabulário, incita a imaginação, desenvolve a criatividade e produz uma "subjetividade" na absorção e no entendimento de uma obra. Por exemplo: a Macondo* idealizada por mim, é diferente da de um leitor italiano, e até mesmo do próprio Garcia Márquez.
Já o cinema pertence ao universo multimídia. É um meio áudio-visual que permite a visualização de caracteres que nos livros são visualizados através da imaginação. Dessa forma, a subjetividade não é tão explorada.
Adaptações e filmes baseados em obras literárias, sempre vão produzir comentários como: "O livro é melhor". Na maioria das vezes não concordo com essa afirmativa. As linguagens desses dois produtos são diferentes. Até mesmo em "Código Da Vinci" existe essa diferença. O único ponto em que o livro e o filme se aproximam é na busca pelo lucro. Dan Brown não passa de um Paulo Coelho "out from Brazil", e o filme dirigido por Ron Howard , apesar de bem amarrado, já está gerando milhões de dólares em bilheterias.
Saulo Pedrosa da Fonseca Rios
*Vide Cem Anos de Solidão. Gabriel Garcia Márquez